Porto de Suape (PE) atuando para retomar o protagonismo na exportação de frutas brasileiras

Porto de Suape (PE) atuando para retomar o protagonismo na exportação de frutas brasileiras

 Escrito por Marcio Guiot  | Diretor-presidente do Porto de Suape 

O setor de produção de frutas no Brasil se constitui uma das principais atividades econômicas do país, ancorado, principalmente, na grande diversidade de itens, que variam de acordo com a região e o clima. Em relação à escala de produção, somos o terceiro maior produtor mundial de frutas, atrás apenas da China e da Índia.

Ao partirmos para o mercado global com ênfase no comércio exterior, a fruticultura é tema fundamental na agenda econômica mundial, visto que, quando abordamos a questão da produção e da comercialização de frutas, surge a questão de segurança alimentar, ou seja, o acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de forma regular.

Quando passamos a analisar as características de produção e de comercialização das frutas do Brasil, temos o seguinte cenário: A União Europeia, os EUA e o Reino Unido são os principais compradores de frutas brasileiras.

As exportações de fruticultura em 2023 foram de US$ 1,35 bilhão, o maior da série histórica. Desde 2019 as vendas externas brasileiras de frutas suplantam a cifra de US$ 1 bilhão, com aumento de 24,5% no ano passado. O principal destino da fruticultura brasileira é a União Europeia. Cerca da metade de todo o valor exportado em frutas pelo Brasil é direcionado ao bloco europeu.

O setor responde por 16% de toda a mão de obra do agronegócio, conforme a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). As frutas mais exportadas pelo Brasil são: manga, melão, uva, limão e limas.

Chegando a Pernambuco, sabemos que o estado é um dos principais exportadores de frutas do Brasil, sobretudo manga e uva. Em relação a essas frutas, o estado se destaca como maior exportador do Brasil.

Concentrada, principalmente no Vale do São Francisco, que tem Petrolina como polo principal, o setor de fruticultura segue crescendo em valores de produção e PIB atrelados. Outros municípios formam a região do chamado Sertão do São Francisco: Afrânio, Cabrobó, Dormentes, Lagoa Grande, Orocó e Santa Maria da Boa Vista. 

Nesse cenário, a infraestrutura portuária se caracteriza como uns dos principais fatores para a exportação dos produtos do setor de fruticultura, e alguns complexos portuários se consolidaram nos últimos anos em relação ao mercado mundial de transporte de frutas, caso do Porto de Pecém (CE) e do Porto de salvador (BA).

Já o Porto de Suape (PE) está atuando para retomar o protagonismo na exportação de frutas, principalmente em relação ao que é produzido no Vale do São Francisco. Cientes da necessidade de captar esse tipo de produto, a gestão de Suape tem atuado incansavelmente para tornar o nosso porto protagonista no transporte das frutas produzidas no estado.

É nesse sentido que foi realizada a dragagem do canal externo, obra que resultou no aprofundamento para 20 metros. Iniciada em 1º de dezembro de 2023, a complementação da obra teve custo de R$ 140 milhões e resultou na remoção de 1.700.000 metros cúbicos de sedimentos, seguindo rigoroso cronograma de atividades licenciadas pelos órgãos intervenientes.

Uma vez concluídos esses projetos, o atracadouro estará apto a receber embarcações de grande porte, a exemplo do petroleiro Suezmax, em sua capacidade máxima. A intervenção foi concluída após quatro meses de serviço com o uso de dragas de última geração.

Em breve, terá início a dragagem do canal interno. O serviço é fundamental para permitir a atracação, com segurança, de porta-contêineres de 366 metros de comprimento e de outras embarcações de classe mundial com capacidade máxima de carga. O prazo para conclusão da dragagem do canal, que será aprofundado para 16,2 metros, é de seis meses, prevendo a remoção de 3,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos. O mesmo contrato contempla a dragagem e a manutenção da bacia de evolução e dos Píeres de Granéis Líquidos (PGLs) 3A e 3B, para aprofundamento até 18,5 metros.

A intervenção tem custo de R$ 199.722.311,71, sendo R$ 100 milhões do Ministério de Portos e Aeroportos, por meio do Programa de Aceleração Econômica (PAC3), e R$ 99.722.311,7 de recursos próprios do estado.

Suape garante a infraestrutura necessária para que novos empreendimentos se estabeleçam na estatal, a exemplo da chegada de um segundo terminal de contêiner, possibilitando a criação de novas rotas condições para novas rotas, como Serviço Santana, conectando Suape ao continente asiático, que já é uma realidade operada pelo Tecon Suape. O intuito é se tornar mais competitivo e aumentar a sua participação em escala global por meio de diferenciais competitivos como os navios de classe mundial que venham a utilizar o porto com capacidade máxima e carga, posicionando o atracadouro pernambucano como atrativo para e exportação de frutas. 

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