
O Brasil das frutas: Melancia sem sementes, nas cores amarela ou vermelha
O Brasil das frutas: Melancia sem sementes, nas cores amarela ou vermelha
Acontece em São Paulo, até quinta-feira, a 2ª Fruit Attraction, evento internacional de frutas e hortaliças. A feira, organizada pela IFEMA MADRID e FIERA MILANO BRASIL, é considerada a principal do segmento.
São Paulo é o principal estado produtor de frutas, e o Brasil ocupa a terceira posição mundial nesse setor.
O secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, participou da aberturas da feira e assinou um termo de cooperação técnica com a Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri), com foco na produção de frutas vermelhas.
“A fruticultura agrega valor, movimenta a economia, gera empregos e preserva o meio ambiente. O Brasil tem um potencial gigantesco para não apenas liderar o processo de segurança alimentar no mundo, mas também para promover a transição energética e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. São Paulo é o estado com a maior diversificação de culturas do Brasil, o que nos faz liderar a balança comercial brasileira, mesmo em anos difíceis, como os de seca severa”, disse Piai.
Aqui no Mundo Agro, você vai conferir um pouco de tudo o que logo estará disponível para o consumidor. E há muita inovação, pesquisa, tecnologia e ações sustentáveis em todo o cultivo.
Hoje, inicio uma série de matérias especiais. Aproveite o bate-papo que tive com dois representantes da BASF, líder em produtos de proteção de cultivos para o segmento.
Ah… como uma apreciadora de melancias, assim como a Magali da Turma da Mônica, eu quero saber o que é essa melancia sem sementes, doce e de cor amarela. Quem me explicou tudo foi Thiago Abud, gerente de clientes e consumidores de Nunhems, marca de sementes e hortaliças da BASF.
Mundo Agro: Melancia Pingo Doce. O que essa melancia tem de diferente da tradicional que conhecemos? Ela é um modelo inovador por aqui. Foi desenvolvida na Espanha, certo?
Thiago Abud: A melancia Pingo Doce é naturalmente diferente. Trata-se de uma melancia menor, sem sementes, com sabor mais doce. Para introduzi-la no mercado e aumentar a demanda dos produtores, criamos a marca Pingo Doce e passamos a gerir toda a cadeia produtiva.
Mundo Agro: Qual é a expectativa do setor, com essas sementes, para essa nova melancia?
Thiago Abud: Conseguimos promover a produção, sabendo exatamente para quem vamos comercializar e quais mercados atenderemos. Assim, conseguimos produzir de forma escalonada, com muito cuidado no manejo produtivo, garantindo qualidade e uma boa rentabilidade para o produtor. Esses são os principais benefícios para quem faz parte da nossa cadeia. Para o comercializador, também há vantagens, pois ele se diferencia com uma fruta de melhor qualidade e maior valor agregado.
Mundo Agro: A semente usada é a Nunhems, mas vocês cuidam de toda a cadeia, incluindo o rastreamento. Me fale um pouco sobre esse processo. Isso garante um produto 100% de qualidade para o consumidor? Mas tudo isso tem um custo. Quanto custa o produto final se comparado com uma melancia tradicional?
Thiago Abud: A melancia Pingo Doce tem um custo de produção um pouco maior e uma produtividade menor, principalmente devido ao seu tamanho menor. Normalmente, o valor final é de 30% a 40% superior ao das melancias tradicionais.
Mundo Agro: E quanto à sustentabilidade na produção? Como ela ocorre?
Thiago Abud: Na produção, para garantir qualidade e boa produtividade, é fundamental adotar o sistema de irrigação por gotejamento, que é uma prática mais sustentável e utiliza muito menos água que as formas tradicionais. Além disso, evita-se o desperdício de produto, pois a água é aplicada diretamente na planta e não em toda a área. Também é importante que os produtores realizem um manejo correto das abelhas para garantir uma boa polinização, o que favorece a produtividade e qualidade da melancia. Isso contribui para que sejam utilizadas técnicas mais sustentáveis de produção.
E agora, para saber mais sobre as novidades no controle de pragas, acompanhe a entrevista com Juliana Massoni, gerente de marketing de cultivos hortifruti e citros da BASF.
Mundo Agro: A BASF lidera o setor em produtos de proteção de cultivos. O que exatamente é um produto de proteção?
Juliana Massoni: Um produto de proteção de cultivos é aquele utilizado para manter a sanidade da planta. Ele serve para defender as plantas contra fungos, doenças e insetos, que podem prejudicar a produtividade do produtor e, muitas vezes, até inviabilizar a colheita.
Mundo Agro: Com relação ao controle de pragas e doenças no campo, a BASF trouxe três novidades em fungicidas: Mibelya, Melyra e Vinquo. Como eles atuam nos fungos e quais culturas são beneficiadas? O Vinquo também é um inseticida, certo?
Juliana Massoni: É muito importante aplicar a quantidade certa de produto no momento exato, seja para fungos, doenças ou pragas, para garantir a produtividade e que o alimento chegue com qualidade às prateleiras do supermercado. O Mibelya e o Melyra são fungicidas, enquanto o Vinquo é um inseticida.
O Mibelya combina dois ativos potentes para controlar principalmente a pinta preta, na batata, e a septoriose, no tomate. Também é eficaz no controle da sarna na maçã. É um produto muito abrangente, atendendo mais de 40 culturas de hortifruti, beneficiando desde grandes produtores de batata até pequenos produtores de morango.
O Melyra, por sua vez, é um fungicida com um ativo exclusivo da BASF, voltado para o controle da podridão floral no citrus, especialmente no mercado de laranja.
O Vinquo é um inseticida com um novo modo de ação no mercado, ajudando no manejo da resistência dos insetos. Ele é eficaz contra a mosca branca no tomate, que é um vetor para o vírus rugoso.
Mundo Agro: Como o Vinquo age?
Juliana Massoni: O Vinquo paralisa a alimentação do inseto, o que não provoca a morte imediata, mas impede a propagação do vírus. Com isso, ele quebra o ciclo da praga, diminuindo a transmissão de viroses e, eventualmente, levando o inseto à morte.
FONTE: R7